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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

O Cervo

Penetra os sonhos meus
A imagem corroída
De uma floresta, mosaico
Antigo na mata,
Um Cervo se destaca.

Galhado ao píncaro
De sua testa despossuída,
Guardado um mistério:
Quantos alqueires corridos,
Ainda os por correr?

A vida despossuída
Ontem, agora, em frente
Sempre a ser encanto
E em alguns momentos,
Fuga e desespero.

Olha-me vertigem,
Come a minh'alma
De Cervo menino,
Do ido e do que serei.

Vastos esteios de campos
Inda inabitáveis,
Por companhia mil sóis
Erguem-se cada manhã.

Como a relva mordida
E as feras famintas,
Das mornas tardes, e
Dos filhos desta Terra.

O Cervo se reclina
Em reverência ao Homem
Que sobe o monte e
Persegue, caçador, o
Alimento.

A Família o espera;
A Besta cospe fogo
E de Ira ele é tomado.
Pelo som da fúria,
O Cervo se retira
E a caça se inicia.

Ferve o sangue qual
Punge o instinto,
O vento sopra forte;
Aos cornos sibila.

Os Montes são paragens
Donde inicia-se a Dança
Do espírito cativo
A realçar o Caminho.

A um, virá o Fracasso,
Outro sagrar-se-á:
O Alvo urra Destino;
Minh'Alma serve-o.

O Homem caminha,
Destaca-se entre ávores
E sussurra e treme,
Ao desespero os estampidos.

E a faca, desembanhinha,
A morte opera sua Ronda.
Melhor esperarmos
O amparo da Carne.

O silêncio entra em cena
E faz-se Senhor da hora.
Os pássaros gorjeiam
Em revoada simétrica.

O Cervo afortunado
Encontra o brejo da
Segurança Eterna.
O Homem fracassa.

Petro

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