Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Fazer o que quiser

Além de entrar ao mérito da liberdade, cousa assim que o diga, fazer o que quiser é muito difícil. Em outro momento já afirmei que nada posso contra o que quero, posto que, escrever qualquer asneira também sendo fonte ilimitada de um prazer efêmero, jamais poderia pôr em palavras o quanto realmente quisesse, e achar este raciocínio extensivo a qualquer um. Saturar um discurso com ideias passageiras, por outro lado, é facílimo: opô-las, a estas ideias, num raciocínio, a força primordial da vontade onde opera o querer é, sim, pôr no ali algo no mínimo reativo; e se for pode reter um faniquito do que quis-se dizer. Nem sempre é assim, conforme observemos o tremendo esforço palatal da fala, cuja obrigação à comunicar-se, impele o falante à revisão do que falou logo ao quando escapou-lhe da boca. No plano das ações, vale dizer, somos um organismo visceral, composto de imagens possíveis das nossas limitações biológicas - vemos atentamente a posição assumida pelo corpo, retida às retinas as experiências a conversão daquelas a estas; muita vez sem controlar o resultado disso. Mente e corpo auscultam, dividem o espaço e o tempo de querer de cada um, e lamentam o tempo perdido: causa das frustrações e desconfortos do espírito que não faz aquilo o que quer, sabe-se que, se fazer o que quer realmente existe, aí mora um gozo; logo, uma exaustão, e evitá-lo, uma repressão - fechar as portas do querer obstrui a finalidade do ser.

Petro

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