Por Carmem Paiva, a velha cega e louca.
Pôr em versos o serviço
e a obediência,
a alegria
de ser um instrumento, e
a ojeriza de nada poder contra
o mau juízo - é essa a
minha tarefa e o meu serviço.
Os mundanos apenas veem
minha loucura, zombam de
mim - esses, os que têm olhos,
e eu, cega o que vejo?
Diferenças entre os homens, é
só o que vejo: uma voz doce, às
vezes provém de mãos ásperas;
um
toque a uma tez fria, às vezes, revela
um ser alegre.
Deus fez sua arte tão bem.
Fora dado a alguns juízo e
medida, e a outros sossego e
zelo
[e, até aos mais arredios
de fé, amontoou-lhes num cora-
ção de manteiga a leveza e o bom
trato para com seus semelhantes.
O toque divino é a cura.
O nome do Senhor, quando pronunciado, vela a vida.
Quando da pia batismal é-nos
dado o Dom,
[e talentos à revelia.
Quem deles se serve prospera.
Quem os esquece definha.
Está ali, ao benzer, afigurado o destino de cada homem,
[a figura a qual irá-se
talhar.
Amém.
Carmem
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
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