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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Deva-se

Por Carmem Paiva, a velha cega e louca.

Te, Ó Senhor, rogo esta palavra:
Faço medida a minha Fé,
Oro o dia, o servo à revelia -
O fervor pare em mim contumaz
Em minha tez febril os dias
E, peço por mais.

Ó, pecador!

Como medir na palavra querendo
sempre um brocado de desejo?

Reparai as dívidas de quem peca,
                                                           [peço
Por mim mesma, por todos.

Comiserai-Vo o coração de Jesus!,
Sebes de luxúria em meus ossos,
Cada princípio cobra seu fim..
E, cada dia! Ó Deus, e
cada dia quer-se vida mais e
mais.

Domingos, rezados teus servos à
                                                          [missa.
A praça empinhada que não vejo -
Tez febril: ensejo de mais,
de mais a mais.

Ó, nossa Senhora!
Nosso Deus, Ó, solidão!

Pecador, uma mulher toca seu sino - uma
velha.

Cega e louca.

 É o deva-se -
Sem virtude à minha mão.
- Maria, mãe de Deus;
Aos teus filhos rogai.

O deva-se.

Feito tanto qual se fez -,
Querer mais - sorrir mais.

Finalmente não posso - quem em
Mim quer: só é paz.

Carmem Paiva

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