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domingo, 22 de setembro de 2013

Homo Lupus Homini ou Como Filosofar com uma Tênia

Um vazio eterno cobre a face duradoura do Homem - persona das meticulosas dobras espasmódicas, em lho cobrirem divinizadas. Um mero olhar cambiante divide, mede e pesa muito embora os critérios para tanto, divididos na faceta que encontram, suspensos planam escaços para serem captados, arguta seja a mente, e perambulam, açoitando quem deles valha algum princípio - porquanto ressuscitados; renomeiam-nos seus pobres artífices e assombrados, estes, por ali longe à fortuna guardem distância, assistem passivos ao seu perpetuarem-se vagos e finos como poeira. Adaptamo-nos a um conceito, um abutre rapino, do qual desvencilha-se, apenas ao perecer do olho dilacerado e amputados vemos - também divididas - as demais cousas pela metade: Bem e Mal; Céu e Inferno, suprimindo no jugo o virtuoso - a Verdade. Deprimidos e cobiçosos de conhecê-La, se-nos voltamos à cadência de uma (então) visão limitada; achamos concebê-la quanto ao assistido por aquele olho pobre que nos sobrou. Severos conosco, por incapazes e vagos, pois que uma função a nós retesou o complexo de todos os sentidos; uma vez suprimida, pobres de saúde, realizamos, para próprio contento, feitos mirabolantes - e - lhes chamamos milagres.. Ora, perder uma função, então, é alijar-nos além do físico, uma intenção. Sem muito queiramos, ou saibamos, tais obras se-nos instalam como um colírio sobre um olho morto, ou, de vidro, e aviltam miragens em padecer e sacrificar-se - ao ponto de sacrificarmos, assim, justo o nosso olho bom, fazendo-o doente e também comprometido; do cuidado para com um cego, sabe-se jamais deixá-lo viver como vivem os que enxergam pois vêem onde cegamos e cegam no que vemos. Desejar a cegueira, conquanto, é das práticas mais comuns entre os que vêem - tão cansativo é enxergar; se, no outro lado, o esforço de quem tem a visão sanada se faz do olhar, a este tirem-lhe a cabeça e inda verá no que poucos são os que assim vêem. Despatriados das metades, avultados de um conjunto; entretanto capazes de guiar, muito poucos encontram longe das obras uma esperança por quem viver valha à pena. Os insensíveis, domados por uma querela por corpos amputados, aí fixam residência: é-lhe uma alegria quando o outro cai a sua frente; e, imagina-se o regozijo cobrado ao seu coração se um aleijado anda ao seu orar; mas por que fazem isso por si e não por outrem, é-lhes mesmo incabível e ficam surdos para isso também - o olho bom goteja uma lágrima orvalhada e o batizam: Deus esteve ali, só Ele pode e faz-me muito bem ser apenas cego de um olho - o Mal seria ser um aleijado completo; cego e surdo e já a um passo da invalidez (soubesse-o!) ele se encontra. Querer, como poder, é algo extremo, porém aceita-se o argumento na medida em que dá-se o desejo; a forma por que deseja-se envolve combinações ridículas para serem exatas, mas uma vontade, geralmente, é capaz de produzir frutos - o deprimido é aquele do qual desejar comprime-se na forma e o reprimido, quando há o desejo na medida; mede este que não pode; aquele tem para si que não deve, ainda assim o necessário oprimido - aquele para quem a vontade não é - existe para salvar os outros dous: se quem mede não poder está doente para aquele em quem dever não pode; o último, ao libertar-se - de querer e não poder - é seu contraponto; porquanto o olhar sobre tais consessões é, simplesmente, desvelá-las; erradicá-las e exonerar para olhar qualquer corpo num edifício de vontades, desejos e verificamos  quando anteparamos o recalque da saúde com o desvelo na doença, por certo a liberdade para externar o seu - aquilo visto no seio de quê se dormem os componentes de um olhar. Logo, ao repicar o outro na alteridade dele mesmo montamos empórios onde o conteúdo muito pouco se revela; dormimos as maiores atrocidades em meio ao contido ali, no quarto escuro de todos que o temos para depositar preconceitos, disparidades; enfim, a humanidade que nos resta; fazendo daí julgamento, no entanto, poeira leve a balançar. Bem como uma corte de quem se espera um motivo para o retalhamento está quem convide à espera de algo demonstrativo por um misticismo o qual realmente não o há. Entender-se-ía pecar ser também por um lado atribuir à tal visão que enamora, a culpa por realizar. Precede a vontade; reorganiza ao corpo a ferida desprendida. Eterniza o ser na pudica manobra do Dogma, o Homem uma vez estendido às mesmas condições esperta a própria vida, e revela quem realmente é; como o que passa sem ver: age no sentido da atitude - dobra no peito a beleza de viver prática, e e enamora-se ao conjunto: qual for a pena, o alcance será sempre o maior.

Petro

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