Preleção pela escuridão: - Shh... um pouco de silêncio: observe, ausculte, sinta; há um gato em algum lugar aqui próximo, nos muros a andar, desfeito em pudores gatunos; e, se mais olhe-se com poesia no olhar; a Lua mancha o negrume em luz mansa e as estrelas e as constelações em fogo consomem-nos o tecido qual fez-se-nos o céu. Pára! Solve teu vinho lentamente, semeia tua conversa; age-te, teu. O silêncio é esta pena deslizante escrevendo com sangue.. Uma brisa se segue na calada da noite e procura um pernoite pelos ares ventanis onde mora inquieta, a varar para lá, para cá, morna e refrescante. Um tônus da madrugada mostra os dentes e logo frio ficará. Ontonomásia sorvedouro, pandemônio; é Carnaval, ontem choveu, sobre a terra e por parabólica dominar de uma por todas o se mo escapar frontal aos prerrogos da veia fatal ao dia; magia tesa no ar... Somado, estes comunicados dos elucubrados, espavoridos inda sertões de morte seca; a dândida reverência ao escuro, sua providência, e entalho uma prática devolvida à luz do dia, que só finda quando a noite acabar.

Petro