a Vinícius de Moraes, não sem amor
São nestes pequenos intervalos
Onde a sobriedade e a loucura do álcool
Encontram-se como encontra-se com o universo, o homem
Moram os vagos vazios da noite e da madrugada preenchidos com nada, além do silêncio
Onde está Vinícius bêbado, tropeçando em segrêdo
Fez-se da balada toada do comêta, sido êle quando sem mêdo estourava a espoleta
Triste, sobiava versos
E ía; ébrio, ébrio...
O acompanhava a bohemia, todas as cordas de antigamente
E, feito alguém que nem se sente,
Descido da diplomacia ia fazendo poesia ia fazendo seu repente: bêbado
De repente, não mais que de repente
Prima tua me consideraria quando eu, séria, à tardinha, fazia minhas cousinhas de adolescente
Mas insistem dizer-te por demais famoso e, para elas, o Belo
Não subindo nem em teu chinelo sigo pesarosa,
Sempre à madrugada que me pega, pega também eu melosa
Hoje, emociono-me quanto a tuas canções, e sinto tanto quanto os cidadães que à moções, libertastes
Quantos desobedientes não to obedeciam a virtude sobremaneira?
Eu, estandarte, deixei de lado minha besteira e pus-ma linhas para ti, compreendas; não é somente a bebida:
Foi tua vida, o que fostes e o que és, se sou o que sou, encurvo a fronte respeitosa e numa bebedeira gostosa,
Eu fiquei quieta, eu fui teus pés...
Carmem Paiva
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário