Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cafestoril

Pedi um café
Das mãos do garçom -
Do dedo, o maçom
Observei - veio
Por entremeio
Aos pedidos -
Doces sortidos -
Veio sem fé
Na xícara transbordando
Ao meu mando
Sem muito Zé
Um pingado
Que deu de grado
E fiz-me ré
Saí do banco
Olhei ao flanco
Silenciei
Alguém chamando
Fez-se comando
E hesitei...
Olhei ao lado
Qu'ia encorpado
Capuccino
Escondido, algo
Um menino
Fez-me lélé
Achei foi graça
E ri de graça
Do mulé.,
Pois no Café
Vê-se de tudo
Do desmundo
Ao mais rapé
E sem mais cousa
Tomei minha bolsa
Pus-me de pé
Que negócio doido
Dei bem de corpo
Com meu de Fé
Falei-lhe boa
Fiquei à toa
Vi que a mulher
Estrava atrás
Bem por sem mais
Tocou-me à ré
Era a dele
De nome Adele
Que restava ali
Eu me ri:
- Mas quão estranha
É a entranha
De tudo aqui!
De papo atado
Fiquei rogado
Mas muito ouvi
Palavras doces:
- Se não me torces
A ombratura
Faço-te jura
Via-te não
Estava quieto
Mas fostes certo
Falar assim
Pois ia longe
No que me tange
Ao pensamento
Belo momento
Um trio àfim
Nos despedimos
Num ato brusco
Puxei ao fusco
A cigarreira
E mais sem beira
Fiz meu cigarro
Pegar à marro
Saí e vimos
Eu e a chama
Dona mais dama
Uma beleza
Joguei-lhe charme
Coração, se acalme
Seja presteza
Abrí-lhe a porta
De face torta
Agradeceu
Compadre meu
Bem te digo
O meu imbigo
Estremeceu
Era uma estrela
Indo desmantela
Vinda da Abóbada
A veste, negra
(Sempre a cor negra)
Tinturada
Ia timbrada
Com tom de abóbora
Fiquei-me besta
Fiz uma corte
E fiquei de morte
A mão à testa
Feixou-se a porta
Detrás de mim
Fui à bancarrota
Saí finim
Mas, veja essa
Com minha pressa
Conta não paguei
E de honesto
Na mão que é resto
(A outra ia no fumo)
Adentro fumo
Conscientizei
E meu devido
Como é-me tido
Eu lho paguei:
Foi um pingado
E mais bom estado
Que só o grão
Mais selecionado
Dá no cidadão
Que de café gosta
Tanto quanto aposta
Por onde vá no mundo
Que dessa semente
Vale-se a gente
Pra ficar sem sono
Acordar fundo
Vai-me o meu sossego
Quando eu tomo
Essa boa média
Com ou sem ter rédia
O café do meu país
Pois sei muito bem
Quem o fez o tem
O dom do fruto à raiz
De com bem cuidado
Dar um bom danado
Trabalhando que eu sei bem
Fazer café desse jeito
Só mermo o seu sujeito
Que é nascido aqui
Dou a mão à palmatória
Se houver na história
O havido da construção
Do que foi o planto
Mermo em qualquer canto
Desse meu Brasí
Que fruto tão bom
Faz-se até um tom
Dos velhos escravos
Cantando a canção
Vivendo a plantação
No meu país, cantai-vos
Então os que vierem
Do modo que eu cantei
Nestes versos ferem
O que já vos falei:
- Nascemos do café
Nem riqueza foi sequer
O oiro maior então
Que a moda do plantil
Neste meu Brasil
Deste nosso torrão.

Petro

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