a João, o Reisinho
Pela primeira vez
Apontou-me o sentimento
Da culpa - um tormento
Que me subiu a febre à tez
E aquele monumento
Qu'era dum jovem viril
Moreno, o corpanzil
Conduziu meu lar ao vento
Na brilhante ladainha
Que por si só s'escrevinha
Julguei-o mal à princípio
Fui certo ao errado gesto
Por o que vi no olhar funesto
Uma vida sem princípio
E, a este precipício
Joguei a noite toda
Qu'é a primeira garoa
Da tarde vivida à toa
E o infinito horizonte
Tão belo, o seu semblante
Viu que em mim chegava
Qual noite sem estrada
Por nós dois em errada
Ao mundo qu'escutava
Sois sol agora posto
Tarde minha, entreposto
E a novos amanhãs
Eu tenho a impressão
Não ainda sem razão
Dum ocaso severo
Eu, sou sua dita e impero
Onde ao seio pousa a mão
E, quanto à conversa, vãs
Filosofias embrenhadas
Fez pensar quem não é de fadas
Mas realidade, etéreo
Foi do olhar funéreo
Sabido sem coradas
Palavras quanto aladas
Feito do instante este embrião
Então as madrugadas
Salpicadas de emoções
Deram-me torrões
D'auroras encantadas
Fiz tudo doravante aquilo
Entreposto surpreso
Encobri seu chá ciso
À seriedade do tranquilo
Então, fui embebido
Corpo, alma - tudo
Fiz Fé ao absurdo
E saí de ali ferido
Pois o sangue que cá pinta
Minha verve - sou artista
E povoa de sóis a noite
À qual entrego sem que coite
Minha libido tão pesada
Fui noite atravessada
Saí pela embalada
E vivi muito por nada
Se eu sou verso eu nado
Já no luar - tal prado
Provoca em mim a escuridão
Eu temendo esta lua
Eu, que já dormi na rua
Fui pêgo de sopetão.
Petro
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
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