Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Desmerecido

Como posso eu
Divagar em um sem fim
Acertar a sorte
Dia não e outro sim
S'escondida a morte
Quer-me como um breu
Alimentado ao derredor de mim?

Como poderia
Estancar toda a noite
A mente pia
Ao laço da agonia
Na sempre alinhada
E fluida caminhada
Entravar-mo, colega, côrte...
E a cabeça rebaixar
Num cumprimento
À toda moda de pensamento
Suspenso pelo ar?

Eu, outro fôsse, o tempo inteiro
Quando esvai-se maneiro
Esta máscara sobrepujada
De minha mesma cara corada
Onde já fui por uma hora doce...

...

Como por alegria, assim
O dia faria
Por fazer permanecer
N'atual monotonia
Porque percorre e adia
Sem muita vez o saber?

Então, s'esvai logo tudo
Desta cai-me ao mudo
Feitio esta pendência
Tomada das mendicâncias
Da verve que mo alcanças
Tu - só assim - a tua paciência...

Como rogo ter um pouco
Meu mesmo lado louco
Quanto à loucura mesma
Servindo-me sem teima
Qual vem com a idade
Tencionando-me sua veia
No lugar dela ser feia
Fazendo-se maturidade...

Se eu vou indo ao longe
Conforme esta ponte
Mas dedo que mo aponte
A vida de um monge
Nunca acertará
Somadas as ocasiões
Às reles orações...

Pois sou qual estou agora
Da minha vida, Senhora
A luzir dos olhos sombras
Desta love story rondas
Sem saber onde acabar
Se o sino da aurora já
Tocou-mo sem hora
Eu sou quem a mim mo dá.

Carmem Paiva

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