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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Da mera rotina escassa
Sobre tampos de mesa
Nos verbos das vozes da massa
E nas tríades burlescas

Procurando no fio de Ariadne
O caminho de volta à casa
Fendidas as périplas do ágone
Entrego-me à vida devassa

Entremeado por umas vozes
Desapregoadas de louros
Vou-me aos futuros vindouros

Escarnando na alma sofrida
Um viés que seja saída
Para ao longo, poetas algozes

Servindo-se de sua mestria
As vinhas brotarão eternas
Beberão até mesmo ermas
Doses duma cousa vazia

Surpreso a cada instante
Oh! Antigos poetas cantantes
Içãi a bandeira do hino
Que toca mais belo qu'o sino

Da Igreja duma certa época
Na qual vivem uma épica
Tragédia cantada aos tenores

Os versos mais detentores
As vigas desta construção
São prédios já em contramão

Vestidos; surrados de terra
Nós, os trabalhadores da guerra
Voltemos nossos sonhos de paz
E vivamos tudo que há mais

Pois que sendo firme e direta
A poesia escarneia
Já a prosa, uma arte sem veia
É do poema a prima predileta

Tocaremos, então nossos brados
Em missão anterior ao nosso tempo
E levaremos tão sério quanto brabos

À maneira que correr o vento
Saltando do céu em mil cores
Esporearemos a vida e suas dores

Para, enfim, barganhar o poder
Nada resumido no mero escrever
Uma tônica sem qualquer Destino
Vestida sob aspecto à tino

Do Sol ao que poucos o alcançam
Voar por cima dos que dançam
E ater ao vigílio estado
A breve serpente do mar

Mordiscando em cada sem par
Uma morte dolorida causando
Do eu lírico, o som proclamando

De seu entrave, um fado
Então tantas alegrias
Que fora o mundo pra longe

E a seguir passeou sem que sonde
O causador destas ventanias
Pois, para tudo existe uma hora
Então, vanguarda; espelha tua voz

Nas retinas da civilização veloz
Encoberta teus erros quando ora
Tamanho processo sinuoso
Arremessado ao fio do caos

Há-de trazer um perigoso
Destino para quem fazem mals
Entornando a última videira

Populando enquanto bandeira
A entorpecente veia que me segue
Todas as minhas poderosas palavras

Que serbirão, tão brandas ou bravas
Num seguinte instinto de virtude
Onde mora à maneira de atitude
A força do píncaro mais angustiado

Feitio ledo e de bom grado
Que leva pelo eterno pendor
Sua média parcela em valor
Quanto ao que aquieta

Esta paz, à qual se arquiteta
Me fazem sobrar as distâncias
À virar poema umas letras

De que sabe-se pouco ou sem ciências
Terminará por transformar-se em tretas.

Petro

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