Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Semblantes

Sorrateiros semblantes
eram antes um primor
para o deveras pouco
esperado por entre os
dedilhados da canção do
caminhar cotidiano.

Sem mais uma rosa
bela para guiar-me, entor-
pecido pelos erários des-
sa embrenhada ideia que
não quer parir, assim
mesmo para ela vivo meio
desatinado do que sou
e fui.

Ao lado várias das faces,
auto expostas pelo lugar onde
resto ainda descontente,
mas que ao próximo badalar
do ponteiro - já posso ver -
sei essa tristeza afastar-se,

quando por pouco esse
ambiente mo toma por menor
e dessa forma sinto-me real-
mente pequenote perante essa
noite a ir-se bem festiva e
do outro dia não ter sido assim;

encontro-me com aquilo
dentro de mim a pulsar e
certo duma traçoeira pendên-
cia escutar minhas preces
para pegar-me de surpresa
e dizer-me a que ainda
tenho por fazer

aí, sinto-me só, mas
as pessoas também o são,
olho a uma mulher que
espera um parceiro
da sua experiência
de esperar; um bêbe-
do respalda um lúgubre
parecer; o jovem ainda
novo para a vida a de-
seja mesmo sem pressa
e os cuidados duma dona
sob as deletérias con-
fusões em que vê-se em-
bebida como suas, mas
na verdade de outros.

Secular, a paisagem
é o meu próprio semblan-
te e esse meio de obser-
var o mundo - todo meu -
estanca e paralisa para
como um quadro ser pin-
tado em linhas tortuosas donde
partem agruras e dissabores en-
quanto (contento) apenas va-
gueio o olhar pelo meio das
faces e rostos descabidos dum
ambiente a parecer perten-
cer apenas à mim.

Petrecostal

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