(II)
Parca e doce uva da videira
meu amor por ti se esgueira
no labor da flor do pólem
tuas dores me engolem
Já sem prado algum caminho
nessa tarde sou um adarilho
no calor desse estribilho
soprado não sem carinho
Vão-se as praças e Vênus
estrela d'Alva -- nos amenos
instantes dessa sã passagem --
Tornam-se cores os meus versos
para pintá-los aos adversos;
sorridentes loucos da paisagem.
(III)
E já sou de novo poesia
e a tarde calma é poeira
tanto faz quanto queira
sou eu tua melancolia
Os pastos por quê comem
as vacas bêbedas e os passarinhos
tão longe vão dos pastos e ninhos
minha vaidade e qual Super-Homem
Visto-me dos prenatais
ante-partos anormais
querelas dum desplendor
cidades ao seu pudor
De serem sítios de ferro e aço
por onde os humanos são espécime escasso
e as trilhas -- bons ventos mo levem --
dos argumentos já me repelem
E outros universos se formam
quando a estrela da tarde vai-se
e pontinhos no céu que a contornam
são ortografia num mundo que faz-se.
(IV)
Sozinho sou tudo o que sempre quis ser, mas já não é possível para mim, é mais fácil ser assim
que querer algo mais; muito melhor ser frágil feito uma pétala de flor, um despudor, uma nova chama a burilar no ar, um descanso, um apagar.
(V)
Feiura baste-me que quero-te
na sobrepujança vale-me bem mais
um quarto quente onde leite,
alguns brocados e já sou paz
Dosar palavra porque no fim
a palavra é toda um meio
no gabinete em um meneio
a pena faz quanto querubim
O ofício de olhar por mim
a coragem de ser assim
na prole um olhar me pesa
Das poesias feitas sob reza
e os meus dias encabeçam
as cores, das mais belas, teçam.
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
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