Como é bom o futebol para os sentidos!
Acabo de assistir a mais um jogo da seleção pela TV, e nossa, como estão jogando bem; que brilho, que categoria; um jogo cadenciado e enquanto a bola não entra, o público se encanta com os passes "de primeira", com toques ariscos, com troca de bola, enfim, com o futebol arte que não vira já há algum tempo.
O adversário desta vez foi a Itália (atual campeã mundial); mas pareceu um patinho na frente da cadência futebolística apresentada pelo Brasil. Pelo menos no primeiro tempo, quando a canarinho fez os dois gols que lhe assegurararia a vitória por 2 x 0. No segundo tempo nós relaxamos um bocado. O suficiente para que o goleiro Júlio César fincasse seu nome como quem aparesse para o time quando este precisa dele. E foi assim que assisti ao jogo: lembrando da minha infância, quando, pelos dez anos, ia aos jogos do meu time, o Ceará, quando de carona com o médico da esquadra tetracampeã "arrastão", que era também vizinho meu e pai dos meus melhores amigos de menino. Nunca mais os vi, mas jamais esquecerei de um fato que mo trouxe boas lembranças até hoje.
O negócio todo começou quando numa bela manhã de sol, fui com os caras assistir a um treino do "Vovô" em seu C.T. que fica no Porangabussu, um bairro daqui e passei a aprender os nomes dos jogadores. Tirando isso, o dia foi meio sem graça; esceto por um dos velhos (talvez um daqueles viciados em futebol que não perdem nem um treino, que diga um jogo) ali que esbravejava com um caboclinho que, "na banheira", esquecia-se da regra mais esdrújula do futebol. E o senhor gritava com toda a força dos pulmões: - Sai daí rapaz, tu tá impedido!
Numa tarde depois uns dias, fui a mais um jogo do "Vozão do Coração do meu Povão", frase digna do grande locutor cearense, que ficou imortalizada poruqe nos jogos de clássico Rei, quando o Ceará fazia um gol, ou, para ser mais fiel à pintura do quadro; em qualquer jogo em que o Ceará fazia um gol, esse narrador que chama-se Gomes Farias, feria o ar com o grito de seu time do coração.
Nessa bela tarde, quanto assistia ao jogo de aspirantes, comecei a prestar atenção em um jogador que parecia com alguém que eu já havia visto antes. Olhava e questionava, de onde o conhecia. Então comecei a lembrar dos nomes dos jogadores: Monga, Cláudio Adão, Mastrilo... E, quando pensei esse último nome: Mastrilo, ouço um outro senhor gritar para um amigo seu: - Vê aquele caboclinho? Ele "botou" embaixo das pernas do Mastrilo.
E aquilo me marcou, pois, como todo moleque, tudo que queria era ser eu aquele aspirante que meteu uma caneta num jogador profissional.
Fortaleza 10/02/09
Pedro.
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário