Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Direito do Poeta

Donde me espionas, poeta? Donde me vês sem que eu te enxergue? Entrega tua ausência, ou encontro-te do meu modo e faço-te constrangido. Não mais te disfarças escondido nas sombras, acostumei-me à tua silhueta já tem um tempo.
Teus versos já não me confundem a cabeça, teu linguajar arisco já não me fere a alma. Te chamo de desempregado, te tacho de retardado, e, se ainda assim quiseres me assombrar com vagas lamúrias... Me viro de costas e acendo um cigarro.
Poeta, tu não me enganas mais. Descobri a tua essência, vivo em tuas pautas, caminho por entre tuas ilusões como o mago das diligências.... Descubro o teu fim antes mesmo que a causa cause, estudo suas entranhas com certo nojo, vingo suas palavras com descaso, indiferença.
Que me toca agora é seu entusiasmo, livre de aborrecimentos, de constrangimentos, "livre" da vida. Uma pena não enxergar em ti um desertor, ao menos terias para onde voltar, aonde recair com tanta mentira no coração.
Devasso, corrupto é teu espírito, beira a bizarrice, a estupidez. Me entrega de vez tua alma, para que faça nascer em ti um ramo de maturidade, um pensamento rígido, um bom maquinismo em potencial, um padrão legal, uma política ofensiva.
Quero apenas deixar-te em forma, para que percebas que o que vives não é vida, é degeneração, podridão, é lama turva. Não enxergas nem um palmo diante do nariz, és cego na terra da boa visão.
Assume tua forma verdadeira, mostra-te como és, aposto que não consegues.... aposto. Diz-me ao menos uma palavra, fale! Sou surdo aos teus encantos, sou o carrasco que justifica tuas lágrimas de paixão, sou teu não, nego-te o direito de ter vontade, dego-te o dever de ter maldade, malícia em ti não prosperará e teu corpo, esse corpo etéreo que você tanto venera, eu trago e aspiro tua angústia, expiro tua condição.
Transborda em mim o desejo de matar-te e beber teu sangue todo, deixar-te murcho e sem cor, como dizes parecer. E quero que te vejas no espelho e negue, você mesmo, todas as razões de seu viver.

2 comentários:

Anônimo disse...

Você não é aquele cara barbudo que tava dançando axé no Mucuripe?

Petro disse...

É, sou eu mesmo. Apesar de estar agora de barba feita. Se quiser , por acaso , conversar , estarei dia 28/06 (sábado), no Dragão do Mar para um sarau.

Abrs,

Petro.