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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Completamente atrasado, me perdõem: a cada três dias agora...

Poema da Insegurança

Esse poema já começa errado. Não é um poema, é um passo em falso, é seu próprio fardo. Nunca deveria ter chegado à folha em branco, de tanto mêdo, esconde-se aos prantos, domado pelos instintos maternos da Insegurança. Trêmulo, o poema tenta falar, mas sua dicção é mais que imprópria, mais até do que suas linhas tortas, que não o levam a nenhum lugar. Entretanto, cheia de dó, vem a Confiança e lhe traz à lembrança o grande poema que ele é, mas acanhado, tímido e constrangido, o poema não quer acreditar, ele quer é se confortar nas lágrimas. E fica inseguro, sem querer dar um pulo, temendo que na queda desfaça-se e perca uma perna, uma palavra que sai do lugar. Esquece ele que no lugar dessa perna, nasce outra e completa seu sentido, seu arranjo! Diz um sonoro (e choroso) não a tudo isso e prefere ficar sozinho. O poema da insegurança não quer ninguém pra ajudar.

Fortaleza, 7 de agosto de 2002.

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