Àquele tempo
Oriundo do Nada
As palavras diziam
[sabores;
As pessoas amando
Por cada passo,
Sabiam como agir
E, ninguém se enganava;
O mundo não era menos difícil,
Ou menormente misterioso - e
O valor das cousas impossibilitavam
Ao falso moralista - a cadência;
Em tudo caía a Paz.
Àquele tempo
Moribundo acatava
Simplesmente à morte
Todo o povo, como a todos comum
Fosse mesmo morrer.
Sabiamente, não morria-se a
esperança conquanto - as pessoas
andavam e, à companhia de sua sombra - não tinham medo
e ter medo, de pouco valia.
Metidos, os infantes mandavam;
mas nada de qualquer mimo:
ordenavam sorrisos;
outorgavam
limites à tristeza,
que logo passava.
Àquele tempo
Outorgado do Vazio
de cada criatura, o vazio nelas
existente;
[que vagamente há
vazios dentre vazios - e, se
afagam.
A memória por ali cessara;
dormida nos momentos,
troco da alegria que poetas
assistiam o povo.
E, sem errar - faz tempo isso!
Àquele tempo
Dormido do Nada
Dous sentidos havia - um,
que vinha, ou, outro
[que voltava;
Pois no meio dos Dous,
corria um terceiro ainda, e
este - era como um rio:
teimoso, passava.
E, sem se repetir nunca,
tal era este terceiro sentido;
como viver - medita-se.
Qual medida, tornou-se sobre
quem ali molhou os pés em um
pensamento: único, límpido e
húmido, e pensar em viver
era já molhar-se..
Àquele tempo
O choro abatido
A lágrima roubada,
Tudo coadunava em um feliz
caminhar;
Se então moveríamos o mundo,
era dele carecer do nosso
movimento.
Pois se haveríamos ao serviço
voltar atrás, era que ainda muito
havia-se por fazer - ou, mesmo
algo; pouco talvez, de insuficiente
nos abatia pois que éramos eternos
Satisfeitos.
Uma fome enorme se abatia;
mas era por ela quem todo o
povo mais fome sentia.
Àquele tempo
Sobressaído do tempo -
Velejávamos todos juntos - a uma
mesma nau - um mesmo modo de
velejar: o oceano.
E, quase Noé desbaforido, o povo
levava à toque de caixa, bichos, árvores e tantas cousas mais; e,
bastantemente essa nau navegante nascia-nos o mundo.
Àquele tempo, e nada pode-se dizer mais do agora quem vivemos -; nada como sortilégios, pois que passou.
Pedro Costa
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
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