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terça-feira, 22 de outubro de 2013

- Sem Título -

Breve colóquio em uma pradaria e ali encontravam-se as mais astutas mentes de uma época, neste conluio contra o tédio de mais um fim de tarde. Outro soma-se ao grupo: um guerreiro honrado recém-chegado de uma batalha sangrenta. Ao reaver os companheiros, enodado de manchas vermelhas o pano da indumentária vestida à ocasião pretório impostou o meneio em uma fala direta e sem sobressaltos; dizia ter viajado, quase entregado a própria vida pela nação; visto espetáculos e presenciado o bom e o mau dos homens, prostrando ainda mais a voz para dizer que vivo escapara e de sentir-se mais experiente de quando partira pois que à guerra todo mundo muda, e, como sobrevivente, vinha-lho contar o prado que aqueles ali, meros pensadores, sequer em sonhos, e por toda a vida, jamais vislumbrariam. Por finda a glória de suas palavras, aquele mesmo guerreiro quis participar ouvindo que teriam para dizer os filósofos. Por onde estancou o palavreado, um dos destertores, assumindo para si a árdua tarefa de dar à altura do quanto fora-lhe dado a ouvir, olhando fixo ao seu redor serenemante iniciou, dizendo: "caro nosso, a tua valentia vivemo-la cá também, em virmos prostrados os mesmos criminosos que prendeu teu batalhão na guerra, ou, achas fácil ver um ser humano destituído de sua dignidade sem nenhuma indignação? Não sabes; nós, a quem acusas do mundo - que é o mesmo para todos - não ser esta dádiva que é pensar sobre ele, e, como principalmente melhorá-lo também uma batalha?, e mais, se achas verdes mulheres a quem o sexo é a única maneira de manterem-se vivas uma proeza corteja-las - Ai! -; como tristes ficamos cá nós a pensarmos em sua outorgada prostituição - e, se também caíram bravios aos teus pés como mortos ao fio da tua espada, como nada sofreríamos em simplesmente saber que mortais, o acaso se-nos levaria ao padecimento por mero tombo se batesse com a cabeça e como nos assusta esta ideia a nós que só a temos por ferramenta de nossa profissão, que é pensar? Ora, meu destemido amigo, fazes bem tu realmente em dignar-se à lei dos homens quando nós, os filósofos, é que tentamos descobrir a quem fôramos, por que existimos, e qual será a exigência universal quem a nós nos prende a esta pradaria, sem contar glórias ou reclamar!"

Pedro Costa

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