As roupas, presas ao corpo
Ainda não dizem nada
Uma vez, comportadas, na
[alma
Não vestem só o sujo
Mais, talvez, às intenções
Surdas por uma porta batida
A ecoar - as duas compradas
À intencionalidade - pois
À que bateu, sucede a segunda
Próxima ao quarto, ao vão.
Sortidas como biscoitos,
Jogadas pelo apartamento;
Não são mais roupas!
São dous corpos nus aos resguardos
Dum quarto dantes vazio.
São a sujeira das malícias
Segregadas do mundo.
São segredos de portão.
Vão.
Pernoitam, jogadas e
[desamparadas
Uma cálida luz branca lhes
[envolve.
Soube-se de um grupo de deuses
Esconjurados que moram aí,
Nas crisálidas amontoadas
Das mudas de roupas pelo chão.
Comiserados, compadecidos:
Enamoraram-se, sabei-lo -
De partidos corações vadios
Donos de uma intenção;
Guardam nas roupas espalhadas
Pelo vão das horas um cuidado
[salutar.
Morrem por uma única convicção,
A saber,
[vãos tumultuados
de roupa íntima, morte sublime
na madrugada - no peito arfam
e resfolegam e gritam -
pelas roupas desacochoadas,
amontoadas velam.
Sabemos pouco deles.
Mais de que sabemos estes
[restios,
Farsa da paixão - só um lamento
E somam-se os corpos numa
Mesma volição.
Preguem estas mudas a um varal!
- Repetem -,
sê-lo-emos
roupas: amontoadas e desacordadas.
Quem cá esteve, não mora mais aí.
São só roupas - mas miram
mentiras;
brigas, carinhos, maturidade.
Petro
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sábado, 14 de setembro de 2013
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