Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

domingo, 20 de janeiro de 2013

À mim um salvo conduto: talvez a grande vantagem de me ser como sempre o fui e tornando-me sempre a mim mesmo - sou eu quem de mim mesmo faço tantas vezes e o esboço deste meu eu, cá vinga como nos infinitos corpetes aos quais me dou, invariavelmente - seria: somar às minhas máscaras uma a qual mo cubram os defeitos, as tristezas e os percalços, no longe deste símio evoluído que pretendo ser o que quer. Talvez seria uma danação em meio a tempo algum; uma latência digesta em praticamente rir-me do meu tempo e do que sou; trejeitar os meus meneios, exprimir os meus misteres e enviar-me a mim o quanto fui até agora; explicar os meus dous e dous a não baterem quatro - e, tanto por mim e ninguém mais -; pintar meu rosto em anil e perceber qu'o azul do céu me fica péssimo!; dobrar o sino deste particular espetáculo sobre minhas horas, e, perverter-me em mil outros; vigiar a renúncia para não escapar à esta ímpar realidade, tonificada por ser única; dividir-me em x personalidades e resolver tal equação; despojar aquilo em mim que não é meu sobremaneira, esquecer a existência a ventar as brisas desta irresponsabilidade de ver-se em uma aparência; dopar o instante meu para toda a tarde onde leio o meu livro e teço o meu penar; e, aquiescer a singularidade deste amor fati, enfadado de ser quem meu ser é - vivo um esperar por mim eterno, e nunca chego pois que jamais fui - nada, além do quando vez na vida me fizeram que fosse. Sinta este trevo e leia em suas folículas se há ou não sorte em meu viver; sopre e sem um vento ou ar que te cerquem encontras - vês! - se algo de meu no ar se te apronta, e se já não vê, é já de mim eu ter ido - já longe, treva e esquecido. Simpático, tonto ou altivo, só se-mo revelo meu corpo esta parte da minha mente e entontecido, qual vantagem (direis!), e, ora - outro dia Bilac amou às estrelas, mas eu - eu me amo muito e ainda assim não me entendo.

Petro

Nenhum comentário: