Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

sábado, 18 de agosto de 2012

Hoje

Hoje eu saí de poeta
Deixei a culpa em casa
Roubei um buquê de palavras
E segui em linha reta

Ao longo do caminho vi luzes
- Era a cidade estendida -
Tomei o rumo de partida
Esqueci de levar minhas cruzes

Roubei um beijo ligeiro
Da moça mais formosa
Outra, lhe dei uma rosa
A terceira eu só falei passageiro

Até onde a vista alcançava
Era lua, era tanta lindeza
De modo que de aspereza
Meandros mo não tomava

Num boteco, pedi de bebida
Já grogue roguei caminhada
Já o caminhar à calçada
Poeta Alma recolhida

Hoje a vida é besteira
É cousa assim que sei não
Te falo a ti à contra-mão
Que hoje tudo está primeira

E na toada do assobio
À passos lentos, preguiçosos
Como os salgados remosos
Do vendedor ao estio

Poeta, saí hoje de casa
Espírito leve e faceiro
Da Alma deste feiticeiro
A levar magia à bagaça

Qu'o povo quer mais alegria
E, rasgo, na febre na lida
Com a camisa carcomida
Sou povo, sou esta energia

Sou fuga da casa malandra
E fica douda na espera
A moça - dentre todas - mais bela
Aquela que em mim só manda

Mas vai, deixa-me comigo
Pois hoje vai ter a surpresa
Carrego comigo a beleza
Que faz de nós dous mais que amigos.

Petro

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