Mesmo este respeito pela
folha em branco - ditadora -
ela ascende e faz-se maior
do que eu.
Sobre este indeciso
pesar, a ora bem me fazer e
ora o mal, é o incômodo e a
sua indeferência meu maior
problema.
Doença sem cura de
[perversão
Interiorizada em uma
competência: a de fazer-se
presente enquanto calamitosa.
Dói-me o punho retesado
ao esforço, o quase cansaço
e é minha a indolência ao
que escrevo sob catártica
imponderabilidade de medidas.
Em verdade, mal
sei o que faço!
De tal modo
não sei eu mesmo eu ser verda
deiro ou não...
Faz-se o sopro por minhas
narinas, o corpo aquesce-se
por dentro e sinto ter eu
[barbatanas.
Daí, morre-se a cada
segundo; feito um velho a
relutar..
Então, qual febre, queima
dentro o pensamento ligeiro.
Ele passa...
...
Tamanha rapidez
é o pensar..
Que passa
[também.
Soube da cura para tanto:
aspirar uma pocinha d'água
por as mãos em cuia; mas
do remédio, sua profilaxia
- a da doença -; no seu
possível, ser mais recomendada,
mais palatável quanto exigida.
E quem o cura
a este doente, se o que quer
é permanecer moribundo?
A natureza ali se esconde
- na doença; não no remédio
e já é natural ser triste,
Tão natural...
E triste!
Pois eu sou triste e isso
é-me tão somente natural:
Mas em que
isso implica?
...
em que?
Súbito as narinas ressecam
e, co'a ponta do nariz verde
eu sou o sinal de que é
permitido prosseguir.
Em quais sentimentos vive
o sentimento mais arisco, e
veloz e proibido!
A uma prole destes eu
vingo meu terraço vazio
chamado agora o meu coração.
Ele é sem dor
e dormente vive, e pulsa
quase só por pulsar...
As
veias pululam à hora da labuta;
Os dedos mos tremem e
no lugar d'escrever, desenho:
Letras que
formam palavras que formam
frases formadoras de formas.
E o frio!
Ai! O frio me
inquieta: preciso mais!
Recomeço no prelo tão
atrevido e capaz como jamais
antes o fora;
Sinto ser eu
quem é!, quem, simplesmente,
é o que é, sendo assim...
Sendo assim uma pulga inquieta;
inseto movido a música e mágica e
mesmo motor.
Quisera fosse
só o agora!
Ou, fosse-me a
um outro que ser - somente
ser - dói,
outra carreira..
Vampiro, vago alegre em
mil moldes de mim mesmo,
em tonéis de cachaça em
erva e em pó!!
Estou
[alheio,
pois só poderia ser dessa forma.
Cresce-me a vontade de
parir (como rapariga) um re
bento inquestionável em
grandeza, mas só dou à
luz loucura.. Portanto, mora
uma certa pieguice em
minha obra, conquanto relute
e relute por sobre a escriva
nhia...
Só o cigarro - este cigar
ro - entende! Mas é o bastante.
O é! e não é, pelo sem
pre querer um pouco mais:
pouco mais de vida; pouco mais
disso que'é esta euforia louca do
desvanecer-se.
Enquanto outra
linha...
Enquanto outra morte...
Enquanto outro poema...
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
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