Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

sábado, 25 de agosto de 2012

À Calma do Iniciante ao Coração Intranquilo

Ah... fôsse-se só o escrever
à calma do iniciante ao coração
intranquilo.
Ah.. aquiescer ao prelo a
segurança do poema antigo:
E não seria assim a batalha
dada ao fracasso,
Poetar enfim, seguir veloz
o próprio passo,
Descolorir em mim, a mais
linda tela de Picasso..
Ah... esquecer-se fôsse
um bálsamo despejável
Em ladainha doce, ao ou-
tro mais respeitável..
E que com o espírito à
humildade abandonado
Fizesse-se meu brim, o
colarinho levantado
Um poeta inteiro, inteiri-
ço e consagrado...
Mas o mundo é mais comple-
xo e arredio.
No que viver-se faça-se
combalido mas exemplar
A poesia minha mais pre-
cisa é de um lar.
Ao intranquilo pensamento
inconsequente
Tarda-se aquilo de mais
irreverente.
Tudo posto à luz, na es-
pera a noite entreposta
E quereria ter-me
ao traço a maior aposta
Na loucura de toda vida
e morte
Assinaria meu nome à
qualquer sorte
Menino inda, içaria
um grande balão
Qu'ao céu já escuro
trouxesse seu clarão
E, com paixão intensa,
beijaria como última
A moçoila ao meu lado
dada fosse à minha
súplica...
Baluarte eterno, do fa-
zer e do viver
É meu horizonte terno
a meu olhar a ver
Esta tal de Arte, tão
fria como é quente
Eterno baluarte que
anda a mandar na gente
E já faço o que não me
pede isso que quero
Mui paciente, de escrever
eu persevero
À calma do iniciante ao
coração intranquilo
Sou-me eu instante de
ser-me ao que sibilo
Na folha em branco, dou
me todo este respeito
Sou esta letra falsa,
eu mesmo um verso estreito
A vagar já na madruga-
da que é vindoura
Pois que é a amada, a
estrofe sedutora
E que de tanto valem a
Metafísica do sábio
Perdido em bulilanças, ao
lado do astrolábio?
Ainda assim servirão para
que fins sua nostalgia
Do saber a apenas servir
para um mero dia?
Se tem o poeta, no res-
peito ao dia completo:
Aurora, tarde, noite;
negrume clareado incom-
pleto
Para falar co'as cousas
feito já fala consigo
Se vou-me eu um só,
serve-me o cigarro amigo.
E tanta beleza deitada a um
copo de café
Esta beleza tanta, está
beleza em Fé
Pra quê então, interrogo-
me no pensamento
Eu vou auferir, se também
é divertimento
E deixar de lado a patota
da escrita
Esta vinda a mim, ora
boa ora maldita
Que é para o poeta tudo
uma mesma ora
E serve para o antes,
o depois e o agora?
Ao calmo e tranquilo do
coração do iniciado
Eu corro em laudas do
acadêmico imitado
Inda sendo assim feito
gente bem humilde
Sou eu quem faz-me a
frente, perdoa ao que
sou o que cinde
Entre a dor e a alegria
desta vida que é tão
minha
Como também é de todos
e que sofre a melancolia
De ter-me a mim de cantor de sua maior
verdade
A saber, ser um poeta, es-
critor de uma cidade
Tão claro é isto, ao ponto
de um susto
Servir-me de poema até
tirado ao busto
Tantos foram a fazer soma
em cemitério
Falando assim pareço-me ter
fugido ao meu sério
Mas, vá lá, essa loucura
tem sua razão
E a conversa é tão boa,
mesmo em triste veio vão
De ser da minha pessoa
encerrar enquanto posso
Mas, veja! De poema é feito
até o Pai-Nosso!
Ai! Pequei, perdão ao Deus
que me rejeita...
Ai! Já sou, como pode? A-
nacoreta,
Sempre tingindo aos cinzas
dos nuances
Este meu mancebo, este
segredo dos diletantes
Sua veia esgueira, feri-
na e antipática
Ainda assim, não assassino
sua gramática!
Escrever parece-me como
à calma do iniciante ao
coração intranquilo
Justo um momento único,
uma pausa e um asilo...

Petro

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