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quarta-feira, 14 de março de 2012

Insanidade

Nesta minha busca insana
'Cabei por entrar à mares
Não sei se de enevoados ares
Mas que longes da terra plana.

Por onde pisei, divagares...
Outrora outra eu era,
Pensamento ao largo em esphera.
Meus pés longe dos lugares,

Onde diz-se, enfim: Terra firme!
Não, aí eu não estava.
E Nada era eu que vagava

Mero do acaso uma vicissitude...
Então, diante de tal amplitude,
Finquei-me a uma cadeira de vime...

Triste a balançar sóis
Já não sou ali o que fora
Fincada a pescar dos anzóis
Um brilho d'estrla derradeira

Nos anos quanto à'lma enegrecida
Da experiência, vislumbrei:
Fui todo caminho qu'andei;
Fui eu, Nossa Senhora Aparecida.

Luzindo, minha luz emprestei
À quem amais de mim precisou;
Foi a regra sem exceção, a Lei;
À este mundo sem graça pousei.

Se vou, p'ronde agora nem sei
Mesmo se tal lugar existe
Vago, e só. Ando à riste,

Pregando p'ra toda Humanidade
Aquilo que mais bem amei:
A minha santa insanidade!

Carmem Paiva
14/03/12

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