Tenho algo por dizer
Que não cabe em uma linha
Cousa muito minha
O que tenho por dizer
Não moro em outras vidas
E,da única, que me resta
Observo, por uma fresta
As derrotas consentidas
Não o nego: amargam-me a boca
E muito mas entristecem
Mas, que vida louca;
As amarguras se esquecem
Pessoas a, como eu
Viverem ao qu'ao triste deu
Sem sombra de dúvidas
Mantêm-se o sério
Para novas nuvens húmidas
Não choverem do aéreo
Pensar às vezes cansa
Troco até minhas opiniões
Se for pra entrar na dança
Viver só de atenções
Mas maior mister não há
No mundo inteiro
Que o pensamento maneiro
E leve quanto o ar
Este faz do viver um bom bocado
Pois pensar o pensamento
É dar-se o argumento
Do bem pensar pensado
Tristezas hão de vir
Com a mais absoluta certeza
Mas difícil mesmo é conseguir
Amar a mesma tristeza
Por cá já foi-se um tanto
Dito por mim por falar
Mas como em eterno espanto
O espírito não quer calar
Aí, amigo, se isso suceder
Não tem muito jeito não
Sossegue o seu cordão
E é-de deixar-se acontecer
Este é um dos segredos
Mas, amigo, é pelos dedos
De quem vos fala - o poeta
Que escorre a maior verdade
Feito água de arrebalde
Não existe cousa secreta
É mesmo assim essa lida
Faz-te como o menino
Que despreocupando o Destino
Enfia o pé numa corrida
E não sabe se vai cair
Porque, amigo, saber
Já vem bem longe do ser
Aquilo que há-de se vir.
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
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