Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tão Só

Tão só e aqui comigo um sentimento de noite
Turvo e sobre nada um sentido, a minha força se move
Sobre a vinheda de frutas ao que distante a enxergo
Soberano manto donde cobrir-se da tarde eram só uvas
Quanto mais maduras, mais entonteciam quem bebia seu bálsamo
E eu em uma solitude sem fim
Vejo coberta a luz crepuscular pelo véu de abóbada
Nesse ponto, a Lua se mostra a deusa do momento
Durante muito tempo não sentia-me assim
Encoberto de estrelas
Mas enquanto o dia era dia e a vinheda inda não era vinho
Eu esperava e esperava
Por este dado instante, onde vim parar sem mesmo saber
                                                                                      aquilo
Que fiz para chegar até aqui

Não desolado mas muito compenetrado em saber a senhora dos uivos veio ter comigo
Uma conversa que tem com seus mais diletos amantes
Coberto de candura olhei ao redor
As pessoas estavam andando, circulando e esquecidas de si
Na pauta do dia, uma lembrança somente
E muito ouvi dos planetas sobrepujantes do céu
Que ia negra como a túnica qu'em todos mortais emudece em medo
Luzes da cidade e o som do cotidiano...
Talvez estas pessoas também estivessem sós
No que ela veio falar comigo de que eu lhe pertencia
E um violão cortou os ares
Tudo apagou-se
A vida já não é a mesma, tudo mudara
Contendo suas misteriosas labaredas prateadas
A Lua fingiu descaso com todos
Então chorei só e em prantos entreguei
Minh'Alma pura a ela

Sem perceber não estava mais só, mas com centenas de legiões me rodeando
Gentes doutros planos que não a planície
Reis e rainhas doutros angares
E comecei a cantar a melodia parte da silenciosa
Cumprimentei os próximos de mim com a mão trêmula
Pois não sabia dali o que seria
E assim me fui, para nunca mais voltar àquele lugar
Nem em meus pensamentos; na obrigação de pensá-los pensei-me tão só.

Petrecostal

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