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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Moral das Ruas

Não sou passarinho, nasci poeta. Escrevo com sangue, sangue da guerra, que não se esconde em becos, em ruelas.

Ando à Avenida, para os que possam-me ver, verem-me em meu todo, por cima deste engodo por onde escondida vai a poesia.

Na moral das ruas
Quando as luas
Fase à fase
Brincam em tédio

Mas vejo aos pares os casais, moçoilas em um itinerário; este é meu pendor, sina obscura.

Sou feito de carne, atento à frescura, não creio em nada que de meu poema escape, sou o dono da tarde e peço à Vênus,
                      [estrela estandarte,
à qual nós devemos, poetas da arte -- pudica à parte -- sem sonhos vivemos.

Q'outra vez já é nada, pois que há a estrada; a luta aguerrida: a melancolia e a pena
                                                                                                                             [atrevida.

Sem menos escrevo no meu menestério ocaso mui
sério, o do maior
                          [mistério.

E por sobre rugas vão-me as linhas nas folhas empertigadas,
na mão deslavadas vai meu conhecimento, de tal descontento
que não meço palavras.

Enquanto descrevo tudo é via para minha estadia: um garfo;
                                                                                          uma faca,
uma espiritia a cobrir todo encanto indo ao
                                                                 [contraponto
desfaz a elegia.

Tantos foram meus casos que não conto ocasos a não bem assim serem, cerco eu regaço e triste de cansaço eu desapareço.

Da glória desta manhã, guardo algum sonho, que vê o amanhã e de nada responde quanto à pergunta que fica.

Quê mais de futuro há em não ser eu mesmo, a cada dissidência, por valer esta trégua apenas pela regra forjada à exceção.

De provar em mim a mão duma força motora dum veio de verão, pois que o inverno? Qu'aqui faz calor todo dia, eu bem sou seu outono, como posso ser outro se não meu vidigoto de escrever minha pira, uma chama que guarda bem no mais fundo e, se revelada não esconderá do mundo sua sapiência:

Em verga de veia,
na praia à areia
e ser quem eu sou.

Sobram os cantórios, estes erivaztos de um certo provar de um veneno de ópios, amassados em uma tina. É desta a vez vespertina.

Este sol doirado que vai pelas sombras fazendo estas dobras no dia arraigado por onde me vejo. Vêem-me as trincheiras do grande populacho.

Engano nada vale, tenho uma horizontalidade 'trelada em meu peito; sôfrego dum modo particular, e dono desta minha prima
arte
plástica, desenho minhas lábias cada vez mais delongadas, suas são as estradas que não são também minhas.

Eu me viro de graças sem pedir moedinha que como o que faço pois que alimento devasso, é escrever poesia.

Petrecostal.

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