Provas da mente duma
alma apavorada;
Conquanto súplicas sem
porquê vão em toada.
Sorverá daí um porvir
tão zombeteiro
Que te estirarás sobre
esse chão e de joelho
Olharás por todas as
eras escondidas
Em todo este sempre
verás rosas partidas;
Murmúrios ao vento
a voar qual uma águia
Qu'enxergará no teu
profundo dor sem pátria
Já calmo, sentirás longe
a tempestade,
As vigas dum poema te
entrarão às veias
Verás por sobre tudo
uma cor que alumeia
Tua alma ímpia de
ser já sem castidade
Entregue ao folguedo
duma calorosa tarde
Se'smerará ao sol
caindo sobre as casas
E vai e sente quase
um ter-se asas
Procurando a paz nas
mais doces doses da
santidade
Santifica assim o pudor
sem muito saber do que fazes
Altera teu humor, roga
o Bem e faz as pazes
E com seus inimigos,
protela uma certa prosa
Sente em teu ser toda
uma questão que é duvidosa
Abarca tudo quanto teus
sentidos aprouverem
Escapa por os vãos qu'as
ilusões te derem
Parte de tua casa sem
caminho de volta
Jamais olha pra trás,
soberba de orgulho
Qu'estarás entre a
maré e o pedregulho
E aos grilhões da vida
a cada minuto mais solta
Deverás então entrar
num planeta qual não vês
Povoado tão-somente
por seres estrambólicos
A inutilmente devassarem
como alcoolicos
Seres invisíveis penetrando
tua tês
Pois que quantos vales valem
um de teus anéis?
Caminhas onde és rei, que
isto é que tu és...
Por sobre tudo e todos
enegrece e definha
Solve pouco a pouco o veneno
e caminha,
Por este momento já deverá
estar às nuvens,
Roga pela lua e brilha
nas estrelas:
Tua companhia à qual deve
entretê-las
Fazendo delas parte em sua
solidão e vertigens,
Há de ver do céu àbaixo
pessoas das mais várias
Condores, papagaios,
serpentina e arraias
No carnaval do céu, toma
mais outra dose
Extirpa da tua razão a
mão a qual te sorve
Então, já a brilhar, enfim
enfrenta a dúvida:
Tão agora tua e de
domínio certo,
Verás como no mundo
nada mais há de concreto
Sem medo, tudo etéreo
te encontrarão imberbe
Na condição dum deus
a que um canto celebre
Tua grandiosa luta de efeito
sobre tudo e todos
Convulsiona o universo
qual plano de engodos
Puxai, daí, o fio que a tudo
engrena
Desfaz toda a beleza, a mais
rara e plena
Para que mortificado
enxergue oiro nas lages
Dessa Quimera linda e mais
cheia de imagens;
Sorteias os merecedores
de viverem ao teu lado,
Mede suas dores, alumia
o iluminado
Qual uma brasa infinita
percorre dentro do fogo
Para encontrar sem medo
o sutil cabo da existência
Vingar toda matéria que
não apresentará mais
resistência
E, sumo, colhe o pranto o
qual fora o desafogo
Dum mundo em desencanto,
mero pêlo de um couro
Já sem nenhum vestígio
de maciês
Couro do abate do
proletário consumido
Sem lugar nem vez, com
fome e sem sentido
De ser ou mesmo de ter
a sua vez,
No mais tu és esta força
desperta
A maior cor num linha
de um poeta
Pois que canto é escrever
e escrito é pintura
Por aí já deverás sentir
certa candura
De todas essas cousas às
quais certo deste vida
Somadas às sonhadas
pequenas labutas
às quais formam realidade
na qual se luta
Quando então já caminhas
de volta da ida
Ida tão longe que jamais
operará
Desta forma única onde
ao pleno deus-dará
Foi uma única presa de
si medida
Ao toque da manhã, serás
a alvorada
E perguntar-se-á:
Mas que brincadeira demorada...
Por quanto tocarem os sinos
então verás, foste inocente
E o sofrimento, esta marca
de toda gente
Ser apenas um solilóquio,
discurso e torre de marfim
Essas camadas todas
duma pele serpentim
Só fazem trocar-se para
ao novo dar lugar
Então foi este esforço
um simples meditar
Algo sem uma razão
ou mesmo causa
É sempre breve, é leve
e é o mesmo
O tempo todo, do modo
de um prismo;
Luz que passa, quando
transformada ousa
Num sem-fim de onde
parte e acaba
Uma menos talhada
escultura
E neste momento, a
madrugada escura
Ao passo ficou deste novo
dia de Sabah;
como de pé. Insitirão em
ficar os poemas
Então te dou mais que minha
alma, dou-te as penas
Por onde foram destes idos
escritos apenas
E a solução de todos estes
endemas,
ao que sangram no fio
da nova bruma
Ao longo do oceano e na
beirada em sua espuma
No raio doirado do Sol
e no brilhar da lua.
Petro
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sábado, 23 de julho de 2011
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