Nos meios pelos quais outrora erguiam-se os patamares
dos saberes, um talvez inquietante delírio trouxe à atualidade
um jeito de fazer-se arte tão dolente e desespecial a que
deram o nome de surrealismo.
Neste derivado paralelo ao desinteresse pela
forma e o sentido, onde vão os artistas para beberem
um prelo informal, populam termos só possíveis para o
de entendimento superior, intelecto majoritário, desencadeamento
do encanto. Era do interesse dos homens
criar um jeito, em seu jogo, diverso e debilitante dos sentidos.
Dementes em seu estado, as suas obras de arte perduram num falso entendimento;
deselaboram-se para erigirem como tais.
Na pele do artista arde o fogo, cem vezes mais quente, mil vezes mais diverso,
que expulsa do interior deseloquência com equilíbrio. Nem mais pensa-se,
apenas dispõe-se do mundo para tecer elogios à própria cenografia desse universo.
É já tarde para os desvelos e as palavras
são todas uma só, ordem da desordem. Assim respeitamos o
indelével, impossível, incógnito. Ver é não ver, ser é não ser, estar é não estar, esse é o outro jeito de auspiciar, é tal a corrente dos surrealistas. Estes já não explicam, nada é porque nada é.
Petro.
12/10/2010
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
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