Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

sábado, 20 de março de 2010

Dor do Poeta

Presa fácil de si mesmo,
jorrando espasmos à esmo
numa triste toada, ao
poeta lhe serve de
consolo o tenebroso rolo
da caminhada.

Dar-se à si uma chance
em esperando seu desenlance,
entrega-se às palavras gastas
talvez por mais cão ou gato
ser, ao mês em que as dores
sobem nas costas.

De tanta penúria os elementos
podres, seus augúrios proletores
são de deixar mau; ao tanto
escrito, de modo a sentir na alma
a parca alma incompleta de um
animal.

E é por isso mesmo que
vive à volver as cousas,
à fim de que lho despertem,
como um de ti para mim seu
condicionar-se, naquilo que
foram as lembranças boldas...

Enegrecido ao extremo
faz do verbo seu emblemo;
da luz seu capataz, mas
procura nas sombras o que
o assombra e também satisfaz...

E, talvez seja essa mesmo,
a vontade do poeta, de entrar
em um cesto à fim de dar-se
meta.

Mas, a verdade esta, que
esconde a felicidade funesta;
digam por aí: essa nunca há de
pôr-se em sua tenda como mulher à
vontade.

É que nem só das flores vive ele
e os amores, e, todo o mais,
dentro de si, e o além de si,
são sim, efim, só seus sem
deixar de serem dores.

Petro.

Nenhum comentário: