Trabalho, salário, são cousas as quais posto-me indiferente.
Na realidade estas cousas deixam-me doente como um cão.
Já tentei emprego em uma penca de lugares, em todos fui demitido antes de preencher a ficha. Ficha e mais ficha por todo lado, preencho e preencho a todo gás, mas quando vejo-me lá pela metade, aparece sempre o mesmo senhor, um doutor de doutorado mesmo, não doutor de mêdo; mas doutor de doutorado, que passou por mestrado e, seguindo ordem, por graduado. De barba longa e branca, assim como do cabelo os "pêlo" e de gravata.
No início eu nem me importava, agora, agora que quero mesmo um trabalho, agora que meu querer quer um trabalho eu vejo-me olhando o senhor e perdendo as estribeiras, durante o preenchimento de tanta besteira: nome, alías, número, número de identidade, CPF, pra um FDP, documento militar, etc.
E, dizem ainda que eu vou ter de servi-los, desde o momento do preenchimento até a ordem de emprego, que nunca chegou-me por inteiro, essa tal ordem, mas é isso mesmo, continuo a procurar e sei que mesmo sem encontrar, um dia recebo o meu primeiro contra-cheque, moderno masquete de quem aprende a trabalhar!
Fortaleza, 17 de setembro de 2008
Por Petro.
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sábado, 18 de outubro de 2008
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