Afogar-me em lembranças virou hábito tão comum quanto o de passar noites em claro. O espírito clama pela carne a tempo. A sede é de sangue. Sentando cá onde estou, não seria grande surpresa o vento vir sussurrar-me baixinho ao pé do ouvido:
- Corvarde. O sussurro envolve a alma como a serpente do Éden a oferecer o sabor do pecado em forma de fruta: Provocação. Ceder a tal nos torna reféns de nossos próprios desejos e pensamentos. Não queremos ser reféns. Queremos ser livres; livres como os urubus, que voam alto lá no céu e pairam no ar a esperar aquele que caia já sem forças para continuar seu caminho. É com urubu que quero me parecer, ave que faz da morte vida dentro de si.
Fortaleza, 12 de abril de 2002
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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