Fez-se noite!,
e eu não tenho ambições...
O mundo -- calou-se.
E, num sem púrpuro de razões,
muito mais a escuridão;
tantas coisas mais também.
-- Quem mas vão, e para onde?
São também muitas
[as questões.
Falo assim, meio desalmado
sem mais dia, sem verão,
e tanto passo, como fico
e é tudo uma valsa que
pede uma dança.
Fez-se noite!; quê da
[tarde?
Passou -- situação...
Sombras malham um
gato e nem já sei se
sombra ou não --.
Eu mergulho na rede
e meu dorso pende, um
sopro silva e uma mulher
parece tê-lo ouvido,
[(é só
uma intuição.)
mas não sei
bem -- nem poderia: suposição.
Fez-se noite!
Amanhã -- apenas -- será
dia outra vez.
Como funcio-
na matinal o astro-rei!
Como brilha e aquece
a paixão;
é deveras belo, só isto!
Esqueço-me dele à tardinha
quando tudo cai: o mundo cai,
a cor cai, a sombra cai.
Esqueço sempre, e como
[esquecer
a luz faço de modo que
esteja pronto quando a luz se vai.
Eu, só.
Maria, sozinha uma rosa e uma
dor.
Fez-se noite!, de novo.
mais que coisa!
para mim que anoiteça
é uma coisa..
Se é à noite quando os
gatos virem leopardos,
[(onde
ouvi isso?)
e os homens lobos: homo
lupus homini -- fraco latim,
fracas costelas rangem se
cá estendido a rede defor-
mando meu corpo, a coluna
em "S".
Meu Deus!
Sou um pedaço de carne que
não se aproveitou.
Um coração dado à Maria
e uma alma que ninguém
percebe,
um caldeirão fervilhando minhas paixões;
[o sangue e a confusão,
eu sou um homem sem ambições.
Pedtro
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
domingo, 15 de maio de 2016
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