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domingo, 15 de maio de 2016

Ambições

Fez-se noite!,
e eu não tenho ambições...

O mundo -- calou-se.

E, num sem púrpuro de razões,
muito mais a escuridão;
tantas coisas mais também.

-- Quem mas vão, e para onde?
São também muitas
                                       [as questões.

Falo assim, meio desalmado
sem mais dia, sem verão,
e tanto passo, como fico
e é tudo uma valsa que
pede uma dança.

Fez-se noite!; quê da
                                  [tarde?
Passou -- situação...
Sombras malham um
gato e nem já sei se
sombra ou não --.


Eu mergulho na rede
e meu dorso pende, um
sopro silva e uma mulher
parece tê-lo ouvido,
                                     [(é só
uma intuição.)
                               mas não sei
bem -- nem poderia: suposição.

Fez-se noite!
Amanhã -- apenas -- será
dia outra vez.
                           Como funcio-
na matinal o astro-rei!
Como brilha e aquece
a paixão;
                    é deveras belo, só isto!

Esqueço-me dele à tardinha
quando tudo cai: o mundo cai,
a cor cai, a sombra cai.

Esqueço sempre, e como
                                             [esquecer
a luz faço de modo que
esteja pronto quando a luz se vai.

Eu, só.
Maria, sozinha uma rosa e uma
dor.

Fez-se noite!, de novo.
mais que coisa!
para mim que anoiteça
é uma coisa..

Se é à noite quando os
gatos virem leopardos,
                                         [(onde
ouvi isso?)
e os homens lobos: homo
lupus homini -- fraco latim,
fracas costelas rangem se
cá estendido a rede defor-
mando meu corpo, a coluna
em "S".

Meu Deus!

Sou um pedaço de carne que
não se aproveitou.

Um coração dado à Maria
e uma alma que ninguém
percebe,
                   um caldeirão fervilhando minhas paixões;
                                                                                  [o sangue e a confusão,
eu sou um homem sem ambições.

Pedtro

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