Acoberta-se em olhar
Belo, sagaz, incidioso
O apego dor mesurar
Pois, olhe por seu anguloso
Lânguido, triste amar
Periclitante ardor nervoso
Em sacristia se fez rezar
Toda farsa onde corre
Comedido o brusco medo
Olha, reza mais cedo
Quando o canto fez segredo
A vida se coloriu ao gozo
Da tarde onde o olho cozo
[embrulhou-se e mostra atar
do ontem, melodioso
despencado; tremeloquente
rimas à breve gente
em um prado onde morre
o olho q'uo mortífero, saudoso
vara a vida que é arte
como toda simples arredia
intumesce em um só dia
e delinquente o olhar parte
mesmo borrifando o tempo
naquele mesmo movimento
e navega perdido em marte
na serpente e vontade
de seu mero e medroso per-
júrio q'ué o assore, e
é o olhar.
Pedro Costa
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