(i)
Aconteceu dos homens
Acossados e corretos
Relacionarem-se
[um dia.
Desde já, disse-se
Ninguém é independente
Todo mundo
[pende.
Depois as cousas mudam
Fala-se em liberdade
Levanta-se questões
E isso de viver junto
[muda.
E, a mudança é implantada
Nascem os instintos e
As escolhas, e as escolas.
Pois quem precisa junto
Aprende junto a dizer
[não
Quando devia dizer sim.
Tudo muda, então -
À cozinha, os jardineiros;
Às rosas os lixeiros -;
À mão que fabrica versos
Os calos inchados dos roceiros.
Ninguém saiu perdendo
Mas ninguém saiu ganhando.
(ii)
Nessa época, eu não havia nascido
Era um bolo na barriga de minha mãe.
Frondosa barriga chei de umbigos,
E, dos umbigos que poderiam existir:
Existi eu.
(iii)
Pois não é!
Cresci e vi: sempre a mesma cousa,
Desde esta invenção de onde captei
Quando muda, o homem deixa de ser
Quem foi um dia - para parecer
Com quem nãotem ideia de quem é;
[e,
Sente-se só.
Então, para ninguém sentir-se só,
Inventaram a Pena de Vida: perder-se
Ou ganhar-se nada importa. Vive quando
Vive e morre quando morre: e é só.
Tais as medidas: unir os homens
Para não sentir-se só, até que
Mude; porém há-de se mudar
Apenas para o outro e caber-se de si
Quem é -; isto é a sociedade.
(iv)
Mas existe uma nesga:
Os homens não nasceram
Todos ao mesmo tempo:
[nunca.
Quer dizer que aprendeu nada
A respeito de estar-se junto; e
É aquilo que a sociedade ensina:
Unido, mas separado; mente
Mas não esconde a verdade!
Petro
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
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