Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Predica-te

Ir ao exímio em partir do que prova a realidade do vivente um desafio - manter-se lúcido entregando-se ao desmedido, prática do embolorar como um prato à mesa por muito, quando a fome não vem - mesura, para tantas arguições de prévia vontade, nem sempre consegue-se e, de muito a pouco, rareia na osculância que nos cinge à testa a cada ocaso, a cada fim. Morena é a pele dos altivos. Quando - Ícaros domésticos - provam à altura de si mesmos seus desafios já bastante próximos do sol, virtual pesa-lhe a queda muito embora, cegos para ela, achem no vôo livre uma graça particular, Ó, qual deslizes fatais! Em pêso carregam aos ombros uma multidão a quem parca vai a leviana tendência para abandoná-los à própria sorte. Mar bravio soma das braçadas fortes sua corrente traiçoeira. Porque calmo, sujeito às pedras; não obstante, vago e concentrado na desfaçatez outra qual se-lhe apegue, uma farsa: um tênue limite para si, uma cor comedida o seduz para a cartesiana certeza em opondo-lhe, sobre uma balança, em trôpego, sua aderência ao fato e a voluptuosidade da ilusão. Permanece víbora - ele não quer despejar fora veneno, por acaso em uma fonte da qual o nutriente mais rico inda nada sacia; perto da presa deve estudar-lhe no veio mais profundo do olhar: se houver medo, não ataca!, é mister um alimento para o inverno inteiro - um antídoto que o faça hibernar, e a quem acordar concorra com o tempo certo da nova ceia. Não mais mede, o espírito é um só descambe e há nele a desordem. O necessário para concorrer com o mais forte - sem mais manias de sobejo -; calcular a víbora de si cobra adulta! O cerco lho pede - a vida é uma dança, o cadafalso ideal: o pórtico das naus de outras várzeas, mais honradas, inexploradas ainda com quem voltará à sua origem; ele premedita, vai auscultando os detalhes, assusta-se mas enfrenta e ruidoso se esconde feito um monge gordo e desajeitado na sua meditação. A mata cresceu ao seu redor. A primavera retorna - ele, urso -, vai aos riachos banhar-se e à procura de um seixo pois que a gordura acumulou e agora precisa exercitar-se para queimá-la. Uma lua sobeja os ventos alísios num corte de fria dor. Selvageria - simples argumento do instinto, trovões corrigem o curso das marés. Cálculos faz à beira, no vale. O alimento é escasso. A concorrência é vasta. Oprimindo os sentimentos, afogueia os sentidos - não pode perdoar: nem as suas teimas, nem os seus alicerces pois tanto fez-se-lhe pasto, e o quanto quer  a fome é mais forte. Prevenir. Problemas. Uma sineta soa longe. Possível é a presença de mais predadores. Pinica um mosquito, só sente quanto vai longe o sangue fervendo quando da ferida fímbria força facas as garras - o estímulo de molestar vai além de coadunar o estertor exangue da presa e volta-se contra seu corpo, está ferido. Cambaleia. Domina o faro. Há algum por perto: presa ou predador, não importa. Predicado. -

Petrecostal

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