Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Escrever não é observar pássaros: O bom observador não compreende a ação no que propõe-se, muito bem.. - de início, as cores lhe sobressaem; em seguida, a metafísica das mesmas,  - só quando desgarradas impressões primeiras (e, falsas!), e já sem entender com os olhos, ele finalmente vê! -, este processo é para si e per se, tão truculento, cambiante, que ele apega-se não ao posto diante dos olhos - como a pássaros, por exemplo - mas à mimetização do empirismo a percorrer-lhe subitamente os sentidos - todos eles... Sempre retido, ao problema da observação inteiramente dedicado, ele se vê no mundo enquanto paisagem, para só daí tirar suas próprias conclusões. Enxergar as nuanças de Projeções mais aprofundadas, o incomoda. Na cousa observada enxerga-se um prisioneiro, da vigilância passa ao sonho em que repreende a fisiologia de si esboçada fora, ou seja, no espaço e tempo presentes. Se, por acaso, tiver como transcrever o que sente (quase nunca o que ocorre), dará-se a um prelúdio fugidio da percepção; perderá assim muito por ele vislumbrado, sendo então mais útil a presunção de na sua visão haver algo falho qu'o impeça de ver tudo a sua frente, imaginando existir algum Além no objeto, em um momento isto lhe parecerá certo, daí em diante poder pensar em escrever. Por muito pouco ver, morreu de inanição aquele poeta cuja única preocupação fora a de transmitir o que via, mas não aquilo qu'à observação cabe entender.

Petro

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