a Carmem Paiva
a velha cega louca...
Outro dia desses
Deu-me uma vontade
De opor a preces
Um quê de minha verdade
Como não d'outra forma
Haveria de ser
Com entristecer
Lembrei-me d'escola on-
de a norma
Fazia das almas frias
Donzelas mais qu'arredias
Chamadas as normalistas.
O verso qu'ao prelo me
imploras
Ó, Dona Carmem Paiva,
Velha, louca e cega
Quem tece ao passar das horas
Um verbo torto qu'encrava
A menina por dentro
a levar...
Falei algo comigo mesmo
E, bem calado
Esperei a contrição
Dum espasmo
Sobre meu ser retesado
Sinto um cutucão!
É
ela, louca e cega
Com a mão morta me pega
- Pra ti não há salvação,
E, fiz este triste repente,
para dizer-lhe somente
"Carregai o inferno nas
mãos".
Estas mesmíssimas mãos
Tão boas pra cousas tão belas
Viraram-me em um sermão
E orando fiquei, as minhas
nas delas...
Pecar, menino, pecamos to-
dos
"Somos levados ao mal
de natureza vil
sempre é de ser tal"
- Mas sê de um só Deus
Aquele que salva (até) Ateus
De modo humilde e servil
Porquanto enquanto à pro-
blemas
Terás sempre as cantilenas
Que oro contigo agora
E afastando-se fez
Como da primeira vez
Da Cruz o velho sinal.
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
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