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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Outro Dia Desses

                                                          a Carmem Paiva
a velha cega louca...

Outro dia desses
Deu-me uma vontade
De opor a preces
Um quê de minha verdade

Como não d'outra forma
Haveria de ser
Com entristecer
Lembrei-me d'escola on-
de a norma
Fazia das almas frias
Donzelas mais qu'arredias
Chamadas as normalistas.

O verso qu'ao prelo me
imploras
Ó, Dona Carmem Paiva,
Velha, louca e cega
Quem tece ao passar das horas
Um verbo torto qu'encrava
A menina por dentro
a levar...

Falei algo comigo mesmo
E, bem calado
Esperei a contrição
Dum espasmo
Sobre meu ser retesado
Sinto um cutucão!
                                   É
ela, louca e cega
Com a mão morta me pega
- Pra ti não há salvação,
E, fiz este triste repente,
para dizer-lhe somente
"Carregai o inferno nas
mãos".

Estas mesmíssimas mãos
Tão boas pra cousas tão belas
Viraram-me em um sermão
E orando fiquei, as minhas
nas delas...

Pecar, menino, pecamos to-
dos

"Somos levados ao mal
de natureza vil
sempre é de ser tal"

- Mas sê de um só Deus
Aquele que salva (até) Ateus
De modo humilde e servil
Porquanto enquanto à pro-
blemas
Terás sempre as cantilenas
Que oro contigo agora

E afastando-se fez
Como da primeira vez
Da Cruz o velho sinal.

Petrecostal

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