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quinta-feira, 26 de julho de 2012

- Sem Título -

Penso eu, ao amarelar d'Aurora,
Quando chegar-me a tal
A rainha do naipe de paus
Quando será minha hora?

Será num dia santo,
Pois por se for portanto,
A chegada da morte
Pois santo por santo,
O meu é o mais forte...

Encontrará-me vazio?
Sem alegria no viver, ou,
Destarte inda mais sombrio,
Por assim ela querer?

Estarei eu a caminhar,
Parado ou me lembrando
Justo para aí quando
Com o azar
Dar por me dar?

Não sei bem ao certo,
Nem mesmo é tão perto,
Assim é como quero:

Sempre um pouco mais
distante,
                é da sua sabatina
todo dia a me sentir,
procurando o ponto onde es-
tou mais vulnerável,
se andando ao acaso, ainda
por me vir!

Só sei dessa distância ser
não mais um remédio,
                                        se
a morte mata o tédio - onde
vai minha esperança?

Respondo eu de logo:
- Vai torre, vai rainha;
onde vivo ao topo quero
a morte toda minha.

Então, penso...

Se um raiar d'Aurora um
dia,
         não estar mais em vossa
companhia,
                     foi-se já dia
feito noite; feito como fosse,
a morte matou com via.

Então foram-se as duas
partes, uma embrenhada à
outra;
             já qu'a luz virou treva
ela então não mais mo leva,
o penar e nem qu'o fosse,

assim dessa maneira,
apenas quero a foice esgueira
a ceifar o meu encauto
de minha pose,
                          só assim
me salvaria, drenada toda a
agonia e deixada viva a mi-
nha alma,
                  já é mais duma
aventura o leva e traz da al-
vura, e do paraíso à calma,
vai-se então a morte buscando
a melhor sorte e longe de
mim me salva.

Petro

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