I
Não adianta
Tentar explicar
Sou uma anta
A cara à tapa não quero dar
Não me venha com pensamentos
Filosofias do viver
Nestes meus adiantamentos
Não sou como você
Não quero saber
De astrologia também
Sou um alguém
Que teima muito a crer
Não dou crédito à esmo
A qualquer explicação
Vão dizer da vida mesmo
Sua breve duração
Que de mim isto adianta
Tenho fome: vou à janta
Nem idéia dou a ter
Já que presa ela vai ser
Nem de nada
Adianta meu querido
Na toada
Vai tudo em descabido
Não tenho sonho
Nem mesmo solução
Ao que proponho
Sou só esta ação
Não adianta
Vou teimar por sim
Ou pelo que der por mim
Pelo não, não me espanta
Vou pensar
Que a mim parece
Só mesmo achar
No meu pensar o que cesse
Não vai me propor
Ou me dar conselho
Ou vou te por
Longe do meu telho
Sou só o fim
Desconheço o meio
Começo a mim
A dar-me meu meneio
Pois vou assim
Descrédito do mundo
Haja por mim
De só haver este segundo
Então, nem pensa
Nem inventa de meditar
Na minha crença
De desacreditar
Sou peça fora
Do jogo do Destino
Caminho ora
A rezar ora sem pino
Pois que me falta
Toda forma de sensatez
À mente alta
Insiste em embriaguês
Sou o que sou
Ora posso ora não
Ao que faltou
Dar o meu perdão
E, se perdôo
É que vim de vôo
Da mente ausente
Fez-se o que pecou presente
São tantas lidas
Que já nada mais quero
Às escondidas
Fico ao que não espero.
II
Não tenho asas
Não sou pássaro algum
O que vai às casas
Dos meus botões são algum
Pensar mais pequeno
Pelas janelas o entardecer ameno
Já traça pelas velas para coração nenhum
Se é nesta tarde que mora inda algo
Em raiva eu passo a desentender ao salgo
Qu'é a comida do pensamento vão
Esta moléstia
Qual cabra da péstia
Deixa-me louco valha-me e são
III
E'o mesmo tempo
Já não há vento
Nada para se ver
Só há momento
De ser o renascer.
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
segunda-feira, 19 de março de 2012
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