Não sei por que, pensei em Espanca
Camões, Pessoa e Sá-Carneiro
Até onde minha vista alcança
Foi todo o luso-timoneiro
Qu'entrou por minha esperança
E avaliou da vida minha manca
O poema de mais um brasileiro
Por terem sido como foram
Tais poetas aos quais dado o dom
Esperançaram um sentido bom
Na minha pauta se fizeram
Parecida com a história
São grandiosos em sua glória
E encontram-se na memória
Trazendo ao certo em meu terreiro
Umas poucas vertes cólicas
Às quais chamo minhas dóricas
Palavras que fiz em verso primeiro
Lusitanos apostólicos
Talvez a minha dor souberam
Antes mesmo qu'as esperaram
Minha mãe às vias de ter-me
Um filho de católicos
Poeta por me terem e ser-me
Conquanto pois inspirações
A me servirem de pauta à lida
Onde então vai-se contida
Uma vida de lições
Retenho à pena estas querências
De terem sido delinquências
Tantas de minhas canções
Se mesmo cabe ainda
Nesta poesia tímida
Algo de que faça efeito
Afirmo, é na cada linha
Onde mora a mais minha
Dor de ter tanto defeito
Ao passo de que pôr em algo
Delegado o gosto amargo
Provado em cada instante
A tal estado de constância
Qu'é a loucura, minha instância
Na vertente do ser que sente
Algo do já vivido
Por tais poetas de grande alarido
E para os quais vos-me deparo
Tendo sua vida à anteparo
E repetindo o escrivido
Tanto por muito dizer
Nem sei mesmo se quero ser
Como foram estes tais mestres
Só o que quero é versejar
Por minha própria vida entrar
Sob os passos meus de pedestres
Já que conhecer poesia
É-de-me ser já tardia
A sina a que se poeta, regreses
Fará de mim sobre o que escrevo
Maior motivo ao que me atrevo
O de escrever por todo canto
Assim, Espanca; Pessoa
Camões e Sá-Carneiro
Vou-me-de poeta à tôa
Aspirando ao encanto
De ser um poeta brasileiro.
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
domingo, 11 de março de 2012
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