Noutra noite louca
encerrada a bebida
entre outras escondida
uma mulher mui pouca
deu um sorriso à boca
e fez a mim sua companhia
Forte, riso de lado
esta dona deste fado
foi pura economia
pois que muito bem fez-me
apenas e sem muita franja
a endemia que teve-me
duma doce moçoila de Granja
que em seu rosto interiorano
impreciso, desengano
o fazer mais que o sorriso
enigmático, fuleiro e breve
este verso que lhe descreve
é mais do meu tido friso
O quanto fiquei envergonhado
é estória pra mais de légua
aquela égua
deixou-me estupefato
para rimar com ela
passei numa viela
sozinho e inseguro
e dei de cara cum muro
pois pensar naquela esfíngie
à minh'alma aflige
o medo vem e consome
e olhe que não sou "home"
de fugir de riso de dama
onde estou, ela persegue
onde vou ela se atreve
a pedir até minha grana
E só de pensar nisso
coço-me todo em viço
do pescoço até o pé
o querer daquela mulé
tomou-me enfim por inteiro
queria ser seu granjeiro
seu santo protetor
perto, os todos demais
pareceram-me serem iguais
e eu louco de amor
Mas deixemos de delonga
vou encurtar a mironga
saí dali com a bela
fomos pras 4 paredes
terminamos em 2 redes
e eu fui logo embora
fui cruel qual Caipora
mas quando me vi destante
só com os livros da minha estante
sorri com o riso dela
a danada deixou-me sequela
paixão dum ardor fluido
levado por minha libido
procurei recanto nas praxes
passei a buscar nas faces
aquilo transmitido no instante
em que qual verso mirante
sorrir me virou problema
e toda vez ao espelho
eu que nem sou tão velho
vasculhei por todo meu prelo
me vi num gordo novelo
e tratei de brincar feito gato
todos os dias em meu regato
até vir a outra vez
a bonitona deteu-me de tez
morena e estatura alta
então com a carótida salta
e mais uma vez me sorri
depois eu digo de pronto
eu fingi do meu canto
mas dela jamais esqueci
não ficamos amigos
minha fala eram grunhidos
enquanto não a vi de novo
nem pela força do povo
pude levantar da cama
e seu sorriso hoje passado
ainda mora ao meu lado
Sem ter notícia sua
dela em pele, nua
eu me lembro com toda tristeza
que fui eu com ela a corrida
dum caso que marca na vida
um pouco que tem de leveza.
Petrecostal
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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