- Bom dia, Sr. Nicolau.
- Entre, vamos, entre.
Lia entrou com a cabeça enviesada, já baixando os óculos escuros para ver o que de belo apresentava o "flat". Nada demais, apenas uma sala muito espaçosa, onde de mó0veis havia um sofá em veludo em "L" , uma mêsa grande com tampo de vidro e um móvel onde iam a TV e um aparelho de som. Gostou do que viu. Na realidade, esperava algo muito mais pomposo, mais luxo por aquele lugar. No entanto achou melhor não comentar nada. Sentaram-se à mêsa, e degustaram um vinho do Porto com quiejilhos. A conversa foi breve. Lia Caruso escondeu seu anseio em dizer-lhe o que havia achado sobre o seu tio avô, morto recentemente e sobre sua tia avó, assassinada e que fechava o caso policial numa tragédia em família. Com o pouco falado, esperava uma resposta mais ou menos preocupada do senhor Irlo Nicolau, vendo o tipo esquiitão colocar-se na defensiva, mas com uma pitada de bom humor, algo renovado talvez por uma boa noite de sono, imaginou a advogada. Mesmo assim, foi jogando aos pouquinhos dados os quais provocavam reações das mais diversas em seu interlocutor , e tudo aquilo parecia muito estranho à ela. Na saída no momento da despedida, pôde observar um detaleh o qual durante a conversa não havia notado, nisso tudo havia alguma cousa errada, pois toda vez que falava do seu tio avô, Irlo aparecia com uma história diferente do que havia apurado em suas investigações Lia Caruso. Talvez por ter bebido muito vinho, deixou escapar o fato de que o homem bulia nos bolsos para desligar o que muito bem poderia ser um celular no modo silencioso.
Já no beetle,vagou a mente a pensar o porquê de não ter Irlo Nicolau atendido a ligação insistente. Isso , somado às suas estranhas reações e a seu comportamento oblíquo em presença da polícia, ficou-lhe como uma pulga atrás da orelha. Talvez o fato de ter um tio avô rico e influente tivesse pesado na criação de Irlo Nicolau, que sob sua investigação, havia descoberto ter sido toda da parte dos tios avós. Moveu-se rapidamente em seu beetles na direção da casa de tia Gorjete. Havia marcado lá com os demais para tratar de pôr os assuntos em dia. Na porta, a esperava Diego Veras, curiosamente pitando um cigarrinho.
- Deu pra fumar, agora?
- É. Como fico com um cigarro na boca?
- Parece meio bixa, na verdade.
- O que?
- É, filhote. Exatamente isso que você ouviu.
Cuspiu a bagana fora e visivelmente irritado foi entrando atrás da advogada criminal, Lia Caruso. Lá dentro estavam Deise e seua prima, e Gorjete, falando alto e tomando as três cerveja.
- Hoje é segunda, pessoal.
Todas viraram o olhar para ela por uma fração de segundo e depois voltaram a falar pelos cotovelos sobre os assuntos mais diversos.
- Vocês deviam se envergonharem. Eu cheia de cousas pra fazer... Um assassinato, meu Deus!!
- Ah, Lia. Relaxa. Toma umazinha com a gente. Os ecos de afirmações em positivo à alusão simplória de Karmen Caruso foram o suficiente para deixar Lia de mau humor. Dali mesmo deu meia volta, saiu e o ronco do motor anunciou sua despedida. Como sempre, último à saber, Diego ficou com cara de bobo, tentando entender o que ali acabara de acontecer.
Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.
domingo, 10 de janeiro de 2010
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