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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A CORUJA

Nenhuma noite se passa, sem que a inspiração
em minh'alma triste de solidão devassa como
uma inquietação sem precedente arme de
arame e alcoviteira e doente, essa
desilusão ardente, coma de mim algo
de tão necessário feito algum mêdo.
Escuro, arredimentando um presságio
uma força independente, promíscua e
obtusa, essa busca incessante do
desejo me abusa.

Sopra à vidreira entraberta uma esfu
ziada canção e dela outra ventila
todo e qualquer que seja emoção e
na frieza que passa, que gela e fa
lácia para a espinha nua, só, casta
e lamúria potentando uma crista
onde paira o mais medroso cimento
uma pedra segura.

Pessoalmente recebo à minha solidão
tal ventura, soa tristonha a tintura
qual finta de horros e sem mesmo
conhecer o que dentro de mim, cura dormindo
aquilo outro a ferver e até espelha
qual mar do mais alvo amanhecer.

Tomado de susto e pesar, caindo sobre
nada ou tudo vem a corromper parcos
sons do que ainda outrora fora como
uma antiga estação, ouvindo comigo
e agindo pulsando este negro coração
velho da vida, sobrepondo a existên
cia acontecida qual olhar moribundo
e bálsamo poderoso derramado na
noite esse viscoso aleijo quebrando
teus sentidos.

A porta já range, pois quer entrar
a madrugada com sua vela acesa e
destramente a carrega, pois que à
finita prece responde esta de seu
corpo de cera, que é sua roupa,
está suada.

Deixo ela entrar e agora não sou
mais só e as brisas outrora frias
são agora tudo o que esquento, que
o chão pela em fogo, a dor pede
complacente, a beleza do que foi
a lua nesse instante adjacente,
e eu como esse afresco ao meu
redor me cobram um adorno.

Aí, só então, a noite termina não
como inimiga, mas feito sina dos
quadros que cantam e dos musicais
verdadeiros e inquietudes feito es
panto e não mais barulho, ape
nas a pena, o texto finalizado
e escrito e, assim consequentemente
um piado de orgulho.

Pedro

16/11/2009

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