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sábado, 28 de março de 2009

O que é do poesta, senão sentir as dores
dos outros e da própria natureza?

Se foi-nos posta a condição de respirar
o que ninguém mais se atreve a levar aos
seus pulmões?

E que matéria é essa que nos deixa com
pavor perante a existência?

Que ar é esse que respiramos?

Toda a malevolência temos que a sugar
como poucos são capazes e, como mais poucos
ainda capazes, as temos que transmutar
em palavras de sentido?

Que metamorfose é essa?

Fernando Pessoa, ou melhor, Alberto Caeiro
nos diz "Guardadores de Rebanhos" ... "e o
rebanho é os meus pensamentos" ...

Por que, para os poetas, pensar é tão
difícil? Porque ninguém mais pensa?
Pensar é perigoso? E agir, o que é senão
partir do pensamento ao agito, à potencialidade
do ato?

Parar é deveras necessário para so que
não tem freio.

Tudo o que viver for, poetar será algum
dia. Quando tudo ao redor perder sua
cortina e, assim, o mundo saia as trevas
para podermos vê-lo, assistimo-lo em todas
as suas cores.

Todos podem pegar numa caneta, mas quem
pode domá-la?

Essa tarefa é além de capacidade de alguns,
mas o papel riscado de palavras é como
o cavalo chucro com as rédias.

Montar é escrever.

Cavalgar é viver o que se escreve.

E se algum dia cair, seu suor não
foi em vão, porque as palavras não esquecem.

Petro.

28/03/09

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