Blog estritamente com fins literários. Peço,por meio desta, aliás, exijo os direitos sobre tudo o que está escrito. Sem brincadeira, respeitem o espaço, para evitarmos complicações judiciais. Agradece, Pedro Costa.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Não Diga!

Entre uma tarde longa e uma noite que fazia-se despontar com uma meia lua sorridente, caos de luzes ascendendo por entre os primeiros minutos do crepúsculo, nós quatro dentro de um carro movido a conversa e em alta velocidade, delineávamos um falatório pueril que, não saberíamos, como haveríamos de saber?, transformar-se-ia em uma deleitosa prosa em um requintado restaurante ao luminoso gracejar espetacular que cobriria a escuridão alguma horas depois.
Mas, vamos do começo. Ainda dentro do carro, esperávamos nos sinais os galões de água com sabão que os garotos inundavam o para brisa, entre reclamações e ao mesmo tempo pedidos de clemência para com eles, pois eram pobres, famintos e cousas mais.
Fomos para um shopping. Éramos, ao todo, eu, Dáfne, Trindade e Otaviana. Como único homem do grupo, mas não preocupado com os comentários que poderiam estar passando nas mentes paranóicas alheias. (sim, porque o inferno são os outros). Tomava para mim a responsabilidade de indicar os caminhos a passadas lentas que desenhávamos embebidos em uma rala conversa de miolo de pote. Não foi de se assustar que quando eu pedi ao grupo que fôssemos a um lugar aberto para olharmos a meia boca da lua e onde pudesse acender um cigarro, as objeções serem nenhuma.
Pois bem, sentamos e, a partir daí a conversa foi-se soltando e mais que depressa o tempo passou, daquele jeito que ele gosta de passar quando o que fazemos é algo agradável, e, do mesmo modo que responde de forma análoga sendo preguiçoso quando estamos nós mesmos preguiçosos de falar.
Já notada a alta hora por quê ia a noite, aliado ao fato de Otaviana ser já uma senhora de idade, voltamos farelentos e agoniados, cheios de papas nas línguas e loucos por terminar a conversa outro dia. Foi então que Trindade lembrou-se de que, antes de encontrarmo-nos; à correria do dia a dia, ter notado, que por parte de Otaviana, enquanto esperavam nossa, minha e de Dáfne, chegada em seu edifícil, ocasionalmente cabia a ela avisar ao porteiro que quando chegássemos, que este avisasse. Nossa amiga Trinidade, então, a respondia sempre com um sarcástico: Não diga!
Como a noite fora de surpresas seguidas umas as outras até despontar numa chegada em casa e despedidas sem fim, achei o fato de tudo ter começado tão corriqueiramente, algo digno de ser escrito. Foi aí que olhei nos olhos de cada uma, antes do último adeus e falei: isso dá um conto! E aí está.

Fortaleza, 7 de julho de 2008

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